quinta-feira, 7 de março de 2019

RIO DAS OSTRAS - GUARDA MUNICIPAL, TEMENDO REPRESÁLIA, RELATA OCORRÊNCIA NAS REDES SOCIAIS

Depois protagonizar o episódio da falta de uma letra no seu nome, gerando um “palavrão” durante a inauguração da cabine da PM, o Secretário de Segurança Pública de Rio das Ostras, Carvalhão volta ao centro de outra polêmica na cidade.

Segundo um desabafo no whatsapp de um Guarda Municipal, a esposa do Secretário, Camila Aloe, foi impedida de entrar num trecho da Avenida Heleno Nunes em Costazul interditado para circulação de veículos na terça-feira (5). O Guarda Municipal que abordou a senhora diz em seu relato, que não a conhecia e que a entrada naquele trecho era apenas permitida a moradores e que a moça não aceitou o bloqueio, chamou outro Guarda Municipal que a reconheceu e autorizou sua entrada. Muito irritada com a situação tentou levantar a identificação do Guarda no local. Como não conseguiu, fez contato com um superior da corporação que foi até o local. Segundo o Guarda Municipal que fez a abordagem, Paulo Reinaldo da C. Porfírio, ao ser indagado pelo seu superior, uma séria discussão se iniciou, pois o superior exigia que o Guarda Municipal que autorizou a entrada da moça fizesse um relatório contra o Guarda que a bloqueou. Temeroso com o acontecido ele escreve no seu desabafo “Eu, Porfírio, não vou aceitar nenhuma represália, se tiver que ir no Ministério Público fazer denúncia eu irei. Tem gente demais na SESEP mandando e desmandando sem ser mer** nenhuma. O pior é que tem guardas municipais que, por causa do cargo aceitam essa situação”.

Íntegra do relato do Guarda Municipal Paulo Reinaldo Porfirio. Reprodução: WhatsApp
Na versão contada pela esposa do secretário ela afirma que estava na companhia da Mayra Borba, filha do Marcelino Borba (prefeito) e que estava levando-a ao encontro do pai que a esperava no interior do local onde acontecia a festa de carnaval.
Imagem da Camila Aloe e Mayra Borba publicada pouco antes da abordagem do guarda. Reprodução: Facebook
Ao serem abordados pelo Guarda Municipal foi solicitado um documento que comprovasse que ela era moradora, mas que o Guarda Municipal duvidou da palavra e agiu de forma ríspida, foi quando outro Guarda Municipal de nome Romilson veio até o carro e reconhecendo-a como esposa do secretário autorizou a entrada. Afirma ainda em sua justificativa, que ligou para o Corregedor Anderson de Almeida, mas o corregedor queria o nome do Guarda Municipal, foi quando ela retornou ao local do bloqueio para tentar obter a identificação do Guarda, mas não conseguiu porque no seu fardamento não havia o nome. Então ela solicitou a informação ao outro guarda municipal (Romilson) que se recusou a dar sob o argumento de que ela não era funcionária da secretaria. Por último ela ligou para o Inspetor Adriano. Termina sua justificativa dizendo “entendi o que a população tanto reclama quando se refere à falta de educação de certo GM’s nas ruas, infelizmente os certos pagam pelos erros do outros”.
Íntegra da justificativa da esposa do secretário. Reprodução: Facebook Messenger
Esse caso além de circular no WhatsApp chegou ser publicado por algumas páginas de notícias da região, mas foram retiradas do ar pelos administradores sem nenhuma explicação prévia, deixando os leitores sem uma satisfação. Fizemos contato com algumas páginas que disseram que a publicação foi retirada do ar, pois receberam mensagens “in box” da esposa do secretário solicitando a retirada sob ameaça de ingressar com ação judicial pela exposição causada a sua imagem. A esposa do secretário, entretanto, nega que tenha feito qualquer tipo de ameaça e que apenas solicitou a retirada da publicação do ar cordialmente, tendo o seu pedido atendido pelos administradores das páginas.
Prints de algumas páginas que veicularam a informação. Reprodução: Facebook
É lamentável ainda depararmos com ataques, agressões e censura a imprensa. O que aconteceu com essas páginas poderia acontecer com qualquer outro veículo de comunicação. Cabe a nós, administradores de blogs, denunciarmos e não aceitarmos tal situação, em defesa da Democracia e da Liberdade de Imprensa.

CARTEIRADA É CRIME E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:

Quem já não ouviu aquela famosa frase dita por aqueles “poderosos” para tirar vantagens ou intimida uma pessoa, " não sabe quem sou eu".

Mas afinal de contas, tirar vantagem do seu cargo ou dos seus laços familiares em situações como:

1) filas de banco
2) aeroporto
3) shows, etc

É ou não é crime?

A lei 8.112 proíbe utilizar o cargo público, como policiais, ministros, deputados, prefeitos, etc em proveito pessoal ou de outro.

O Código Penal, em seu artigo 316, diz que é crime exigir vantagem indevida, para si ou para outro, direta ou indiretamente, utilizando-se do cargo.
A pena prevista é de dois a oito anos de reclusão e multa.
As queixas contra a prática são registradas como abuso de autoridade.

Mas, até hoje, nenhuma figura pública foi presa por carteirada.